15 de janeiro de 2013

História do Refrigerante

   Ah, o refrigerante… bebida rica em corantes e conservantes, dotada de uma quantidade absurda de açúcar adicionada de aroma sintético. Descrito dessa maneira o refrigerante traz aquela velha idéia de que não faz nada bem a saúde, porém, mesmo assim, há quem não resista a um belo copo gelado num dia de excessivo calor. Hoje vendido quase ao preço da gasolina, o refrigerante desenvolveu-se durante os séculos, passando de mero suco sem graça à uma das bebidas mais vendidas em todo mundo. A invenção da bebida, a criação das companhias, origem dos nomes, curiosidades e toda a tecnologia desenvolvida para este item, hoje comum, você fica sabendo agora.
 Antes do refrigerante arrotava-se com que?
Joseph Priestley e Antoine Lavoisier
   Você já deve desconfiar que os refrigerantes nem sempre foram como nós os conhecemos hoje. Na verdade os primeiros refrigerantes sequer podiam ser chamados assim já que a mistura vendida em 1676 em Paris era composta de água, sumo de limão e açúcar. Ou seja, vendiam limonada como refrigerante – e olha que há um tempinho atrás estavam vendendo refrigerante como água não é? Pois bem, na época da “limonada-refrigerante” não existia um importante composto básico do refrigerante moderno, a água misturada ao gás carbônico, ingrediente responsável pelo gás do produto.

   Entre 1772 e 1773 o inglês Joseph Priestley e o francês Antoine Lavoisier tiveram sucesso ao tentar recriar a água gaseificada com o recurso de uma bomba que auxiliava no processo de fixar o gás na água, com o objetivo de adicionar ingredientes curativos às bebidas gaseificadas.

   Anteriormente a invenção de Priestley e Lavoisier, os europeus importavam água gaseificada vinda de certas regiões da Bélgica. Certo tempo depois, em 1782, o farmacêutico americano Thomas Henry passou a produzir água carbonatada de maneira industrial.

   Por volta de 1794, o joalheiro suíço Jacob Schweppe, tem a idéia de comercializar uma água com elevados teores de gás carbônico. Sua receita cai no gosto dos europeus e ele obtém sucesso com sua fórmula e torna-se uma das marcas mais famosas até hoje, a Schweppes. A venda da água gasosa ficou mais fácil a partir de 1819 com o surgimento da “fonte de soda” patenteada nos Estados Unidos. A fonte ficava no balcão das farmácias e gaseificava o líquido adicionado de sabor na hora. Os sabores passaram a ser adicionados em 1820, sendo o gengibre o primeiro, seguido pelo limão em 1830. Perceba então que esses “refrigerantes” ainda eram vendidos nas farmácias com caráter medicinal, para ajudar na digestão.


Desenvolvimento do Refrigerante

John Pemberton, o pai da Coca-Cola


   As farmácias passaram a ser pontos de encontro entre os ávidos bebedores de xaropes gasosos. Já o aumento no consumo da bebida causou a necessidade de se ampliar o espaço físico das farmácias para receber um número maior de consumidores, algumas chegavam a deixar o comércio de medicamentos de lado para se dedicar a venda no atacado. E com uma coisa puxa outra, os proprietários passaram a competir pelos consumidores, criando novas misturas, novos sabores, cada vez mais elaborados, guardando suas receitas de sucesso a sete chaves.

   As três maiores marcas no segmento de refrigerantes surgiram nos Estados Unidos num período um pouco maior que dez anos exatamente por ex-farmacêuticos que seguiram o caminho citado acima. 

   A primeira delas foi criada em 1885 por Charles Alderton, que iniciou as misturas de xaropes na tentativa de recriar o aroma de frutas que pairava no ar da loja onde trabalhava. Depois de muitas tentativas Alderton chegou a uma mistura de 23 ingredientes, experimentada primeiro pelo dono do estabelecimento que aprovou a mistura. Depois de aprovada pelo público a bebida de Alderton passou a ser requisitada pelos comerciantes. O aumento no consumo criou a necessidade de um aumento na produção e aí você já deve imaginar como a Dr. Pepper se tornou uma das grandes marcas de refrigerante. Ah sim, a bebida de Alderton foi batizada de Dr. Pepper como homenagem a um amigo de mesmo nome.


   Um ano depois da criação da Dr. Pepper, em 1886, John Pemberton, outro farmacêutico americano, inventou a Coca-Cola – hoje o refrigerante mais vendido no mundo. Em sua mistura de tônico revigorante, John misturou cocaína e noz de cola, que contém alta concentração de cafeína. Mas a Coca-Cola passou a ser o refrigerante mais vendido a partir de 1903, quando retiraram a cocaína de sua fórmula inicial. Uma curiosidade sobre a Coca-Cola é que seu nome foi escrito a mão por Frank Robinson, contador de John Pemberton, e utilizada desde então.

   Por último, mas não menos importante, foi lançada a Pespi em 1898. Mas a criação da Pepsi é um pouco mais antiga e começou quando Caleb Davis Bradham, também farmacêutico, inventou uma bebida composta por água carbonatada, açúcar, baunilha, aromas de especiarias, pepsina e extrato de noz de cola, com o intuito de aliviar o mau causado no estômago devido ao desequilíbrio de ácido péptico. Os consumidores gostaram tanto do sabor da bebida de Bradham que passaram a tomá-la mesmo quando não tinham problemas de estômago. O sucesso fez Bradham se dedicar a produção do produto que recebeu o nome de Pepsi-cola, devido a pepsina contida na fórmula.
   A partir daqui os refrigerantes deixavam de ser meros remédios para dor de barriga para se tornarem símbolo de rebeldia e cravar seu nome entre os mais conhecidos do mundo.

   Para mais informações acesse ao site da revista Química Nova na Escola onde pode-se encontrar um artigo que traz informações como funções presentes na composição do refrigerante, o modo de fabricação e experiências em sala de aula.
Sites:

Por Flávia Ribas

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